sábado, novembro 28, 2009

Por vezes fico sem saber o que fazer. Perco-me tão facilmente em mim, no que sou, no que fui. Perco-me por não me perder e continuo sem saber o que fazer. Vejo um filme e suspiro. Olho pela janela e vejo a noite, pintada com luzes que desenham caminhos. Luzes que desenham vidas, que desenham pessoas. Vejo passar por mim os dias de te ver. Os dias que falámos sem o fazer. Dos dias que ansiámos sem nunca os ter. Esqueço-me de ti, mas voltas pela noite. Voltas na dor que me rasga a pele. Voltas nos desenhos que me marcam o corpo. Espero sem ti, espero por mim. Lá ao longe passas novamente por mim. Olho pela janela mais uma vez, para te ver. Abraçando a noite que me trás o frio, que te trás para mim.

domingo, novembro 22, 2009

500 Days of Summer.

Possivelmente um dos melhores filmes que vi nos últimos tempos. Obrigado à Daniela por me ter mostrado este filme.

quinta-feira, novembro 19, 2009

Wake up. You listen to the same alarm clock. Wake up. You take a bath, brush your teeth, wash your face. You eat the same shit, drink the same cup of coffee. Walk. You go through the same places, you see the same persons as in the day after. Listen. You get back home. You eat the same shit as you listen to the same shitty news. Walk. To the same place, to do the same work. Then you arrive. Tired of everything, sick of everything. You eat again. You see TV. The same things, the same TV shows. Same stories, new shows. The same musics all over again. You go to sleep. Till you wake up.

We live our lives again and again and again and again. We forget our lives, we forget who we are. We forget how to live as we are. We just live, the days over and over again till we sleep and wake up for another day.

terça-feira, novembro 17, 2009

I waited for years and years
in a place without time,
without hope
I waited were I left you by,
in the rain, in the wind,
with your blue eyes staring at me.
Lost nights, lost fights,
lost kingdoms and men
traveling trough my mind
fighting trough my hair.
And if you turn to me
like a flower to the wind,
like a whisper in a summer breeze.
Oh my beautiful girl,
my lost beautiful girl,
my lost girl.
Turn your head so I can see your smile,
turn your head so I can see you smile.

sábado, novembro 14, 2009

O que me dizias antes de partir.

Tudo à volta da casa tinha mudado desde que as sombras começaram a partir. Começavam a crescer as primeiras árvores que afagavam docemente a casa. As searas de um amarelo intenso dançavam ao sabor do vento cantando para a casa ouvir. Os dias quase que o eram com toda a vida e tudo o que finalmente podia existir.
Dizias-me amor e eu mentia prometendo-te não partir.
Dizias-me amor e eu escutava a tua voz doce dizendo-me que não ia partir.
Amávamo-nos com os corpos nus cobertos pela noite.
Dizias-me amor.
Dizias-me para não partir.

Os dias tinham deixado de o ser. Eram momentos cinza e frios. Cada um mais frio que o anterior. Como uma cegueira fria que chegava lentamente. As cores tinham fugido com o chegar das sombras. Não restava nada naquelas planícies áridas cobertas pelas cinzas. Apenas os rastos que as sombras deixavam e o cheiro fétido que as fazia mover

Existias sem mim desde que nos tínhamos visto pela primeira vez. Escondias-te nos locais em que eu não podia ser, em que não me podia encontrar. Escondias-te de mim por gostares de mim. Eras uma morte anunciada sem o cheiro fétido da terra molhada acabada de mover. Quando me deixavas existir por uns segundos junto de ti, apenas o silêncio. Passavas o tempo numa velha cadeira de baloiço que alguém deixara na entrada da casa velha que já todos esqueceram, enquanto mexias nos teus cabelos de um dourado quase branco, troçando da beleza das árvores que se ajoelhavam perante ti. Nunca a morte me parecera tão bela.