terça-feira, abril 20, 2010

Com o passar dos anos, ia perdendo as memórias de quem teria sido.
Nos últimos tempos habituara-me a ver algumas das pessoas que ainda percorriam as estradas que as sombras tinham deixado.
Fantasmas pálidos e magros ostentando trapos coloridos que dançavam com o vento. Espectros de olhos profundos com o peso do mundo sobre os ombros.
Fechava-me em mim.
Todo o mundo se fechava em mim fazendo-me quebrar.
Pesavam-me os dias nos ombros e mais outra coisa qualquer.
Até que certo dia te ouvi chorar.