domingo, janeiro 13, 2008

Os dias que passam

Acordo com milhões de vozes no meu ouvido,
gritando, sussurrando, cantando,
pedindo locais onde nunca pude estar
gritando palavras que nunca pude desejar.
Os meus dias eram tristes melopeias em tons cinza
tristes batidas de uma musica qualquer.
Face ao meu corpo inerte
que olhava a parede nua
ou os cristais de uma tela de computador,
ansiava por sentir
após aquele gesto repetido
repetido, repetido, repetitivo,
aquele gesto que me doía no corpo
numa miligrama de perdão e cinquenta de uma droga qualquer.
E eis que assim passam os dias,
diante dos meus olhos
com uma droga qualquer.
Eis que passam os teus dias
diante dos meus olhos
com mais uma droga qualquer.