Year Zero
O tempo subitamente solto pelas ruas e pelos dias, traz-me as sombras que brilham por entre as pedras soltas na rua. O cheiro fétido da morte, abraça-me os dedos finos de que me tento livrar. A morte é um breve suspiro por entre os segundos que levamos. São os silêncios por entre as notas que ficam por tocar. A morte, são as lâminas que nos atravessam quando nada mais há para dizer.Paro e olho para o braço que não para de tremer. Vejo o sol que se deita lentamente sobre as ruínas após o que resta da janela do meu quarto. O braço continua a tremer e aproveito para escrever. Ao fundo brilham as luzes dos carros que tinem agora nos meus ouvidos. Respiro um pouco do ar frio que chega de locais distantes. Agora treme todo o corpo frágil, como que se rendesse às ruínas perante mim. Fixo as minhas mãos que param agora para que as possa admirar. Tudo o resto à minha volta desaparece num movimento, num olhar. Sento-me por fim esperando pelo fim, pelo que ficou por matar.