Poema para um filme
Bem decidi embarcar numa aventura, e como projecto de uma cadeira que tenho para fazer, decidi fazer um filme visto que o tema seria livre. Inspirado pelas poucas pessoas que gostam do que escrevo decidi ter um texto que iria ser lido durante o filme. Este poema tem coisas novas e até versos de outros poemas antigos. Por fim espero que gostem, e desde já obrigado à Andreia que com os comentários que aqui tem feito tem-me estimulado a escrever mais.
|
Ultimamente, não consigo dormir não consigo acordar
perco-me nos cinzas das sombras que acabaram de chegar,
nos tempos que levei a escrever,
nos tempos que levei a matar,
nestes dois segundos ou três.
chegam as sombras para as sombras que já chegam
nesta cidade que se recusa a parar
ou nas pessoas morrem sem nunca parar.
Ahhhhh vertam o sangue dos passeios nas paredes
que o mundo não pára por mim que ainda agora cheguei.
Inventem os amantes ridículos nestes instantes que passam
que a palavra já cessou
inventem a noite que me corre nas veias,
tragam as ilusões que me rasgam a carne,
corram ao lado das sombras que invadem agora a cidade.
após aquele gesto repetido
repetido, repetido, repetitivo,
aquele gesto que me doía no corpo
numa miligrama de perdão e cinquenta de uma droga qualquer.
E eis que assim passam os dias,
diante dos meus olhos
com uma droga qualquer.
Eis que passam os teus dias
diante dos meus olhos
com mais uma droga qualquer.
Depois da noite chegar
célere com os espectros nas suas costas frias
secava o sangue dos amantes nos bancos de jardim
que jaziam sobre a palavra que morria agora também.
Cantei por fim sobre as pedras que restavam nos passeios agora nus
Despidos de gente daquela gente que antes os preenchiam,
Que outrora os faziam.
Ultimamente…
não consigo dormir…
não consigo acordar…