quarta-feira, novembro 12, 2008

A casa

Na casa obscurecida pelas árvores,
ficavam os gatos com os seus corpos longos.
Seriam agora como as sombras,
misturavam-se com aquelas linhas ténues entre a sombra e a luz
beijando a noite e fugindo aos segundos perdidos no dia.
Restava pouco da casa, apenas as sombras e os gatos.
Quando mais ninguém ouvia, ressoavam o ranger da madeira como que se dum lamento se tratasse
Quando mais ninguém se lembrava, surgiam os lamentos que ninguém queria ouvir.
Na casa obscurecida pelas árvores restavam os gatos,
os gatos e os seus corpos que se amontoavam nas salas,
entorpecidos pela sua essência etérea
já à muito esquecida por que já não queria viver.