sexta-feira, outubro 12, 2007

L'Absente

Bem escrevi isto para variar no mesmo café de sempre. Acho que escuso de dizer para quem é.


Vejo o fim de tarde nascer e morrer nos meus olhos
através da janela do café,
vejo os carros com luzes que me cegam as veias
enquanto te chamo no espaço que ficou por contar
onde estava a vida há o que o medo matou
podes não voltar
mas o que se mantém em nós,
traz o tempo em que nos esquecemos de perder
nos sonhos que pintámos e escrevemos.
num trago de café
quero-te perder
quero-te perder
não quero ficar sem deixar
de esquecer e de te perder.
quero-te perder.
a noite que chega trás esperança entre os dentes
grito meu amor numa rua que ficou por contar
até que me deixo morrer nas folhas do chão
nas pedras da calçada,
nas chávenas de café agora vazias,
deixo-me morrer por fim numas palavras que alguém escreveu para tideixo-me morrer num livro que ambos deixámos por ler.