domingo, junho 24, 2007

Olhos secos

Chegara o fim do dia e eu cedera ao cansaço. Doia-me o corpo e os olhos secos, traziam-me mentiras crueis. Olho pelo vidro da livraria e eis que te vejo. Serena, encostada ao balcão enquanto folheias lentamente mais um livro.
O meu corpo leva-me de imediato a entrar na livraria. Quase que sinto o teu cheiro impregnado no ar, juntamente com os livros que nunca esqueci. Tento estupidamente percorrer a loja tentando ver se és mesmo tu. Corro levando-me à exaustão total, até que acabo por desistir.
Fecho o livro e espero por outro dia.

quarta-feira, junho 13, 2007

Le jours tristes (deuxieme part)

Hoje sinto a solidão. Apesar de já a ter esquecido, é um sabor de que nunca nos esquecemos. É aquele trago amargo que perdura na boca nos beijos que falharam. Acho que após algum tempo, começamos a saber viver com esse sabor seja lá em que momento for. Bem em todos os momentos menos nos fins de tarde de verão. Esses sim estão reservados para os sentirmos de olhos fechados e relembrarmos o que ousámos esquecer.